segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Manual do Transporte Público Coletivo

Tem coisas que eu poderia postar todos os dias, já que sou uma pessoa que recebe Vale Transporte e anda de ônibus. Muita coisa pode acontecer e geralmente, comigo acontece mesmo. Desta forma, preparem-se para o...

MANUAL DO TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO

Lição #1: A arte do equilíbrio
Também conhecida como: Cuidado para não cair.

Primeiro, certifique-se de que você está se segurando em todos os lugares possíveis e ao alcance da sua mão. Não ache que segurando só com uma delas, você está seguro porque você não está!
Se você, pessoa assalariada, que faz o mesmo trajeto todos os dias, sabe que aquela curva MALDITA está chegando, prepare-se: é a hora de afastar as pernas, cutucar o pé da pessoa que está ao lado para ter 2cm a mais de espaço, contraia o abdomen, prenda a respiração, peito para frente and go.

Tô super equilibrado!

Se tiver que dar aquela empurradinha discreta naquele outro ser vivente que está dividindo com você o "caninho" (é assim que eu chamo na minha cabeça, não enche), empurre. Porque, aqui começa nossa segunda lição...

Lição #2: Esqueça a educação em casa
Também conhecida como: Pobre não tem glamour.

Não adianta. Transporte público não é lugar para ser educado, nem gentil, nem fraco. Porque transporte público é para os FORTES!

Dá licença que eu tô passando
Lição #3: O ponto está chegando
Também conhecida como: Putaquepariu, como eu chego na porta?

Você está perto da catraca. Há toda uma população de um show do U2 na sua frente (está mais para Zezé de Camargo & Luciano, mas ok). Você já deve adentrar ao recinto do ônibus planejando estrategicamente perto de que porta você vai descer. Pode parecer besteira, mas não é. Quando você estiver a mais ou menos uns 3 pontos do seu destino, comecesse a Operação "Dá licença que o meu é o próximo".

Munido das duas lições anteriores, tem tudo para ser um sucesso militar estratégico.

Lição #4: Bolsas e Mochilas
Também conhecida como: Mas que saco essa pessoa com essa porra no ombro!

Nunca, jamais, em hipótese alguma, você homem, leve a sua mochila nas costas. O transporte coletivo não comporta a sua mochila... aliás, mal comporta você! E você, mulher guerreira trabalhadora (discurso da Dilma mode on), perca de vez a classe, e não carregue a bolsa como se deve.

Adendos aos seu corpo, sempre na mão, e para baixo.

Lição #5: Elegância? Não existe.
Também conhecida como: Acessórios ficarão pelo caminho.

Aquele cinto que dá aquele charme na blusa. Aquela saia pregueada. Aquela blusa de um ombro só. Aquele coque de cabelo incrível e impecável. Sua franja toda ajeitada. Sua maquiagem divina. Tudo isso desaparecerá quando você sair do ônibus. Conforme-se.

Perdi a saia no ônibus.
Conclusão:
Perca a dignidade. Bilhete único / dinheiro sempre à mão. E bora colocar seu lado animalzinho para fora.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sem necessidade para explicações.

Não há pérolas mais raras do que as explicações erradas.
Como dizem, perguntar não ofende (pelo menos não na maioria das vezes) e ninguem precisa saber tudo, ate ai OK mas quando for corrigir os outros....

1º O mistério da Arara
Subindo uma rua eis que passa um bando de maritacas gritando.
Um menino olha pra cima e diz: "Olha!Papagaios" tão rapidamente seu amigo ornitólogo corrige: "Meu, para de ser burro. São araras"

Bem, vamos analisar:
Maritaca e Papagaio



OK, verdinhos... tirando a diferença de tamanho ate valá

Arara!



Se parecem??? huuun...

2º Definindo os problemas
Andando num onibus pesco uma conversa bem esclarecedora:

Moça 1: Ai não sei a diferença de poblema e pobrema.
Versão feminina do Pasquale: Ai, é simples. Poblema é os da matemática e pobrema...ah, pobrema é os pobrema da vida mesmo.

*pisca*

Então classe, quando tiver duvida vocês já sabem a diferença crucial de poblema e pobrema, por favor não errem mais, titia agradece!

Interagindo com pessoas estranhas, cap 1

Hoje devo ter acordado com cara de quem gosta de conversar com estranhos - estranhos nos dois sentidos: de não conhecer a pessoa em questão e de a pessoa ser estranha mesmo.
Em 1 hora de almoço na Av. Paulista, fui abordada por dois transeuntes peculiares: uma tia peruérrima, e um mendigo chapado.

Da interação social com a Tia:
Estava eu tomando meu sorvete frozen de iogurte (aliás, um vício, que esta pobre assalariada tem gastado todo seu Visa Vale com, mas isso não vem ao caso), de papo furado com uma amiga do trabalho, quando aparece, no maior estilo SAMU (do nada), uma tia de vestido preto com LANTEJOULAS PRATEADAS (modelito que super ornava com sol, meio-dia e etc) e pergunta, assim, sem maiores introduções:

- Como vocês fazem para diferenciar quem é homem de quem é gay aqui na Paulista, meninas?

Eu e minha amiga demos aquela trocada de olhares entre nós, mas, como ela é muito mais humana, nobre e social que eu, tratou de especificar para a tia todas as dificuldades de se ser solteira na Paulista em plena época de Diversidade Sexual. Um tratado sociológico sobre a solteirice nos anos 2.000.

Pensei eu que a tia era solteira e queria uma companhia para sua tarde de sol. Não. Era só curiosidade mesmo, porque ela era casada. Ok. E não era de São Paulo, era de Santa Catarina. Disse para procurarmos a rua tal, número x, quando fôssemos para lá, e procurássemos por ela. Ahã. Ssenta lá, Tia.

Desvencilhada dela, eis que me surge...

O mendigo-traficante-interessado:

Caso algum leitor deste humilde post não saiba, sou uma pessoa de tatuagens. Elas aparecem, as pessoas olham, ENFIM. Estou andando na Paulista, meio fugindinho da tia (vai que ela estivesse atrás de mim pronta para continuar o papo), e também no estilo SAMU, escuto uma voz dessas de quem bebe, fuma e faz toda sorte de atos contra a moral e os bons costumes:

- O que quer dizer essa tatuagem, moça? (Um mendigo, bem esquisito)
- Nada não. (Ai meu deus do céu, sai daqui mendigooo)
- Se você não quer que as pessoas saibam, porque você fez a tatuagem onde aparece?
- Fiz para mim, não para os outros. (Muito menos para você, mendigo, sai daquiiii)
- Quer comprar maconha?

Assim, sem rodeios. Porque na cabeça dele deve ter sido óbvio: menina tatuada = fuma maconha.
Respondi que não (para alívio dos leitores de plantão. Ou não.) e me esquivei.

*puf puf*

Gente, eu só queria comer uma saladinha e usufruir do meu vício em frozen iogurte em paz. Só isso.

Muito complexo viver em sociedade.