quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Interagindo com pessoas estranhas, cap 1

Hoje devo ter acordado com cara de quem gosta de conversar com estranhos - estranhos nos dois sentidos: de não conhecer a pessoa em questão e de a pessoa ser estranha mesmo.
Em 1 hora de almoço na Av. Paulista, fui abordada por dois transeuntes peculiares: uma tia peruérrima, e um mendigo chapado.

Da interação social com a Tia:
Estava eu tomando meu sorvete frozen de iogurte (aliás, um vício, que esta pobre assalariada tem gastado todo seu Visa Vale com, mas isso não vem ao caso), de papo furado com uma amiga do trabalho, quando aparece, no maior estilo SAMU (do nada), uma tia de vestido preto com LANTEJOULAS PRATEADAS (modelito que super ornava com sol, meio-dia e etc) e pergunta, assim, sem maiores introduções:

- Como vocês fazem para diferenciar quem é homem de quem é gay aqui na Paulista, meninas?

Eu e minha amiga demos aquela trocada de olhares entre nós, mas, como ela é muito mais humana, nobre e social que eu, tratou de especificar para a tia todas as dificuldades de se ser solteira na Paulista em plena época de Diversidade Sexual. Um tratado sociológico sobre a solteirice nos anos 2.000.

Pensei eu que a tia era solteira e queria uma companhia para sua tarde de sol. Não. Era só curiosidade mesmo, porque ela era casada. Ok. E não era de São Paulo, era de Santa Catarina. Disse para procurarmos a rua tal, número x, quando fôssemos para lá, e procurássemos por ela. Ahã. Ssenta lá, Tia.

Desvencilhada dela, eis que me surge...

O mendigo-traficante-interessado:

Caso algum leitor deste humilde post não saiba, sou uma pessoa de tatuagens. Elas aparecem, as pessoas olham, ENFIM. Estou andando na Paulista, meio fugindinho da tia (vai que ela estivesse atrás de mim pronta para continuar o papo), e também no estilo SAMU, escuto uma voz dessas de quem bebe, fuma e faz toda sorte de atos contra a moral e os bons costumes:

- O que quer dizer essa tatuagem, moça? (Um mendigo, bem esquisito)
- Nada não. (Ai meu deus do céu, sai daqui mendigooo)
- Se você não quer que as pessoas saibam, porque você fez a tatuagem onde aparece?
- Fiz para mim, não para os outros. (Muito menos para você, mendigo, sai daquiiii)
- Quer comprar maconha?

Assim, sem rodeios. Porque na cabeça dele deve ter sido óbvio: menina tatuada = fuma maconha.
Respondi que não (para alívio dos leitores de plantão. Ou não.) e me esquivei.

*puf puf*

Gente, eu só queria comer uma saladinha e usufruir do meu vício em frozen iogurte em paz. Só isso.

Muito complexo viver em sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário